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maternidade Aline Gotschalg
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Maternidade: Por que somos cruéis com as outras mulheres?

Um texto sobre maternidade e crueldade feminina

Na última terça-feira, dia 18, um comentário maldoso numa rede social me fez parar para pensar na crueldade feminina, principalmente em relação à maternidade. A ex-BBB, Aline Gotschalg, que tem um bebezinho de aproximadamente seis meses, postou uma foto em família na praia com o marido Fernando e o pequeno Lucca. Uma das seguidoras não perdeu tempo e lançou logo uma observação ferina apontando para as unhas com esmalte descascado da mamãe. A resposta para a “alfinetada” não poderia ser melhor! Aline fez questão de deixar claro que preferiu se divertir com o filho ao invés de ir à manicure.

maternidade Aline Gotschalg

Aline Gotschalg, o esposo Fernando Medeiros e o pequeno Lucca.  (foto/ reprodução facebook)

Por que somos tão cruéis com as outras mulheres? Por que, apesar de sofrermos com a imposição de padrões de comportamento e beleza, ainda nos cobramos tanto e desperdiçamos energia procurando falhas e apontando erros? Por que, afinal, nos flagramos rindo diante das imperfeições e defeitos femininos, quando deveríamos nos apoiar, compreender e ajudar?

Uma unha descascada, uma raiz de cabelo sem colorir, uma blusa que descosturou… não deixamos passar nada! Cada pequena banalidade nos conforta, pois nos lembra de que ninguém é perfeito. Principalmente, se percebemos esses “esquecimentos” em figuras públicas, que se enquadram nos padrões de beleza da televisão e das capas de revista.

As maldades não param por aí! A cobrança começa antes mesmo do nascimento do bebê, quando controlamos até os quilos que a grávida ganha. Se engordou demais é gulosa, se engordou de menos é neurótica por estética. Que falta de empatia nos move ao ponto de criticarmos até as mulheres que acabaram de parir e encaram a jornada cheia de amor, mas cansativa, da maternidade?

Depois, com um recém-nascido em casa, ainda há fofocas sobre quem consegue ou não manter a casa arrumada e o filho saudável, como se umas fossem mais capazes que as outras, mais guerreiras ou simplesmente mais bem aparentadas, cuidadas, femininas. Por isso, tantos desabafos e campanhas sobre “julgar menos e apoiar mais” estão ganhando espaço nas redes sociais, revistas e blogues. Muitas de nós já perceberam as consequências dolorosas destas “pequenas” crueldades na vida das mulheres mais próximas, como amigas, mães e irmãs.

No final, depois de apontar tantos dedos para as outras, nunca estamos satisfeitas com o corpo que temos, o cabelo que temos, as roupas que temos, o emprego, o parto e os sonhos. Tudo nos parece pouco, medíocre ou prestes a virar motivo de risada em conversa de salão. Em tempos de escolas de princesas, que a gente possa estender mais a mão e apontar menos dedos, a começar pela mulher que vemos no espelho, para que haja mais escolhas sem culpas, decisões sem julgamentos e esquecimentos sem dor. Para vivermos a maternidade e os melhores dias das nossas vidas com a unha descascada e o cabelo preso num coque, se assim desejarmos!

Rachel Orodeschi, mãe da Helena, jornalista e ilustradora da Grão de Gente.

 

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redacao@bloggraodegente.com.br

Comentário
  • Lindo texto!

    21 de outubro de 2016
  • Amei o texto. Falou tudo. Falou bonito. E eu concordo,devemos ser mais compreensivo para com o outro.

    21 de outubro de 2016
  • Boa noite

    muita boa a materia concordo plenamente.

    21 de outubro de 2016
  • Boa! PARABÉNS! Disse tudo.

    22 de outubro de 2016
  • Boa tarde! Gostei muito sobre o que vc escreveu e também concordo. O que dói mais não é ser julgado por uma pessoa qualquer da rua, Instagram ou coisa do tipo mas sim por alguém que amamos. Muitas das vezes a cobrança e ou critica vem do nosso amigo, irmão, marido e isso sim que nos faz triste. Ok! Bju

    22 de outubro de 2016
  • Parabéns pelo texto. Concordo plenamente com você, infelizmente a realidade é essa, as pessoas não sabem admirar, elogiar, ajudar, compreender… Só sabem reclamar, criticar, julgar. Uma pena!

    24 de outubro de 2016
  • Texto incrível! Amei! Exatamente como penso!!! E tbm acho, curtir o filho, o momento, o amor é td!!! Unha, cabelo e qqr coisa q queiram observar….fiquem à vontade!!!! Julguem menos, amem mais!

    25 de outubro de 2016
  • Amei o texto, o problema que as pessoas esquecem que o famoso, é uma pessoa como outra qualquer, qual a mulher que não se deparou nessa situação?

    25 de dezembro de 2016
  • Triste realidade , não recebemos elogios, apenas criticas se o bebe não está sempre sorrindo porque se eles choram somos mães ruins, se a casa não está arrumada é preguiça porque certamente temos tempo de dormir o dia todo, senão nos arrumamos ficamos desmanzeladas depois do bebe nascer… as pessoas se sentem do direito de serem cruéis…

    13 de janeiro de 2017
  • Amei o texto, amo a família da foto… mesmo os conhecendo só das redes sociais

    28 de fevereiro de 2017
  • Amei o texto! Foto linda! Aline é maravilhosa!!!! Família linda!

    7 de março de 2017
  • Superficialidade, é nisto que as pessoas se apegam hoje em dia.
    Tornam-se “experts” em avaliar ou criticar coisas banais e superficiais por não terem um conteúdo profundo em si mesmas. O motivo? Aprofundar-se em questões mais importantes é para poucos, estudar, querer melhorar no ambiente profissional, densificar seu próprio conteúdo cultural dá trabalho! É mais fácil criticar uma coisa tão fútil quanto uma unha descascada… Quem sr importa com isso. Ninguém nunca passou por uma situação dessas? Creio que o mundo pessoal dr cada pessoa seria melhor sr cada um cuidasse da própria vida.

    9 de julho de 2017

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